DÚVIDAS RESPONDIDAS - SIAVAL 

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A mesa de encerramento do Seminário Internacional sobre Avaliação como Instrumento de Aprendizagem do Instituto Casagrande, nos presenteou com reflexões focadas na prática avaliativa, oferecidas por duas referências no tema:  a professora Jussara Hoffmann e o doutor Cipriano Luckesi.

A seguir, compartilhamos algumas das que mais impactaram positivamente os participantes do evento:

Segundo Jussara Hoffman (Palestra on-line, 7-4-2024):

Se não existir flexibilização curricular, seguir uma programação rígida e seguir um livro didático assim, rigidamente, não vai atender às diferenças que naturalmente ocorrem entre os seres humanos. Ela vai muito além e supera, em muito, a complexidade da avaliação, porque exige o diálogo do professor e exige a sua interação; exige a interação entre os alunos e dos alunos com o professor. É aí que está a essência da avaliação mediadora. Por que mediação? Porque mediação é esse olhar interpretativo do professor, esse juízo de valor que procura analisar para onde eu devo ir e como planejar estratégias pedagógicas que contribuam para a evolução − de cada um e do grupo −  que garantam o respeito a cada um dos alunos na sala de aula.

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Nós temos que ser conscientes da subjetividade inerente ao processo de avaliação: cada aluno aprende no seu tempo, no seu ritmo, da sua maneira e se expressa diferentemente; alguns se expressam mais cinestesicamente, a partir dos seus movimentos, por escrito; outros pela música, outros em silêncio. Então, nós temos que estar conscientes das diferenças, o que é muito diferente do exame classificatório, o que é muito diferente de um exame institucional, que precisa padronizar e comparar, para, infelizmente eliminar e excluir. Nós visamos à educação integral, e educação integral exige uma educação de corpo e alma, exige um professor de corpo inteiro, de pensamento pleno sobre cada um desses sujeitos, não deixando nenhum para trás.

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Nós estamos em tempo de − mais do que nunca, mais do que sempre − cuidar mais de quem precisa mais, por mais tempo e com o nosso sentimento, o nosso conhecimento pedagógico e o nosso sentimento por essa criança que pode estar muito desemparada em termos de educação. 

Conforme Cipriano Luckesi (2024, palestra on-line, 7-4-2024):

O instrumento não é para aprovar ou reprovar o estudante; o instrumento é para coletar dados, para saber se o estudante aprendeu o que eu ensinei. Se ele aprendeu, ótimo; se ele não aprendeu, eu ensino de novo. E, se na minha turma de estudantes, eu tenho 30 estudantes, 20 aprenderam, mas 10 não aprenderam, eu faço uma atividade grupal com dois que aprenderam um que aprendeu e, aí, os dois que aprenderam ensinam quem não aprendeu. O que é importante é que todos efetivamente aprendam.

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Por favor, invista mais! Integre os seus estudantes na aprendizagem, o que vai garantir o desenvolvimento de cada um deles e uma vida mais saudável para si mesmo e para o todo da sociedade. Quanto mais saudável estiverem os nossos cidadãos, melhor; e os nossos alunos, na sala de aula, serão cidadãos adultos daqui a pouco.

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Eu fui uma criança multirrepetente: fui reprovado na segunda série, na terceira série e na quarta série da antiga escola primária. E, aí, eu fui fazer Exame de Admissão para chegar no ginásio, e fui reprovado de novo! No Preliminar, que era o curso que existia entre a escola primária e o ginásio, eu tive um professor de língua portuguesa que nos disse assim: ‘Eu só sei duas coisas: ler e escrever; e é isso que eu vou ensinar para vocês’. Esse ensino me fez quem eu sou hoje. O que esse professor fez? Havia 65 alunos na turma, todos foram aprovados!  

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A avaliação é parceira! Por favor, não usem a avaliação para aprovar ou reprovar os estudantes! Use a avaliação para diagnosticar se eles aprenderam. Se eles aprenderam maravilha, se eles não aprenderam, ensine de novo. Use trabalho de grupo e quem aprendeu ensina quem não aprendeu. O importante é que todos aprendam. 

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