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PROFISSÃO PROFE  - Especial Dia das Mães

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Nesse Dia das Mães, conheça a história da professora Fabiane Picheth, de Curitiba-PR, que é mãe e profissional da educação. Nós sabemos que, muitas vezes, pode ser bastante difícil conciliar uma carreira com a maternidade.  

O relato de Fabiane nos mostra que ser mãe é uma tarefa complexa, pois a maternidade não se instala de imediato, mas se fortalece com a maturidade e as ricas experiências do dia a dia com os filhos. 

1. Quais são os maiores desafios que você enfrenta ao tentar ser uma profissional eficaz e uma mãe presente?

Ser mãe é uma tarefa singular e muito complexa! Não me tornei mãe no sentido literal e imediato; fui me revendo e amadurecendo à medida que as experiências, e o aprendizado contínuo nas relações com os meus filhos foram e estão se fortalecendo.  

No entanto, o mundo do trabalho não caminha desta forma, pois as incertezas e as pressões constantes, em muitos momentos, me “puxaram” da entrega de ser mãe, em prol da corrida de produtividade, um paradoxo entre o ser e o fazer, que, imagino, muitas mães devem viver diariamente.

O maior desafio, na minha perspectiva, é encontrar o equilíbrio e não perder a essência do papel e da atuação de mãe em detrimento do que representamos profissionalmente. Isso é difícil, muitas vezes requer priorizar direções que nem sempre estão claras para os demais, mas que, para mim, como mãe, são únicas e imprescindíveis no desempenho do meu principal papel: a maternidade.

2. Pode compartilhar um momento particularmente desafiador, no qual você teve que priorizar a sua carreira ou as suas responsabilidades familiares? Como você resolveu essa situação?

Nos momentos profissionais em que estive em cargos de liderança, pude perceber a necessidade de readequar as rotinas para que pudesse garantir a minha presença junto aos meus filhos.  

Atuar em gestão demanda entregas profissionais e pessoais além do horário/período de trabalho, até que se tenha uma visão de tudo que envolve o trabalho, bem como uma equipe de confiança. Eu me vi, em muitos momentos, trabalhando horas a mais ou, ainda, levando atividades para fazer em casa; esse cenário é muito comum para nós, mulheres e mães.  

Obviamente, aprendi muito com tudo isso e tenho clareza de que precisamos estabelecer limites para garantirmos uma entrega de tempo de qualidade aos nossos filhos, para estarmos realmente com eles no sentido literal da troca, das relações e do afeto.

3. Que tipo de apoio ou recursos você considera essenciais para mães que trabalham em ambientes educacionais, como o seu?

Para mim, a rede de apoio é fundamental para nós, mães! No meu caso, posso contar com o apoio direto da minha mãe no cuidado com os netos, uma troca e cuidado de confiança crucial! Isso contribuiu para o meu cotidiano profissional e também potencializou os laços afetivos entre nós duas.  

Em paralelo, a escola que escolhi para eles no período da Educação Infantil também foi uma rede de apoio fortalecedora, pois a proposta pedagógica, a estrutura, os profissionais e a confiança que se estabeleceu foram muito relevantes para as memórias que construímos e para o desenvolvimento da minha relação com meus filhos.

4. Que mensagem você gostaria de passar para outras mães que estão tentando encontrar o equilíbrio entre ser mãe e profissional?

Não podemos estabelecer um duelo de culpa interna. Em muitos momentos, nos cobramos, pensamos que podíamos ter feito mais como mães, mas fizemos o que, naquele momento, era possível. Isso, eu fui “aprendendo” a partir do sentido de “perdão pessoal”: não preciso me martirizar. Claro que, dependendo da fragilidade do momento, isso pode oscilar, mas se temos clareza dos limites, a relação e a presença, como mãe, tende a fluir. Claro que cada mãe tem as suas particularidades, o seu “jeitinho”; mas, ainda assim, nesse mergulho interno é possível equilibrar o ser mãe e o ser profissional.

5. Como você acha que a sua experiência como mãe influencia a sua abordagem no trabalho na escola?

Sem dúvida, ser professora colaborou, e ainda colabora, muito com o meu papel de mãe. Como sempre estive envolvida com leituras e pesquisas relacionadas à aprendizagem, alfabetização e formação de professores, pude vivenciar, com os meus filhos, experiências, propostas e trocas que me fortaleceram como docente.  

Em muitos momentos, apliquei ações de apoio, sistematização e registros em casa, a partir de leituras e do embasamento que a minha formação acadêmica me oportunizou. No período de pandemia por exemplo, transformei o meu escritório em um ambiente alfabetizador e pude atuar diretamente como mãe/professora do meu filho mais novo, que estava nessa etapa escolar. Foi significativo para além do sentido pedagógico, principalmente no sentido afetivo.  

Temos papeis distintos na nossa jornada: mãe e professora possuem suas especificidades, mas, para mim, eles se cruzam em muitas situações e se potencializam, pois estamos tratando de pessoas, de relações, de emoções e de muita aprendizagem.

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